História da Dança: Danças de Salão

A dança é uma das três principais artes cénicas da Antiguidade; caracteriza-se pelo uso de movimentos corporais para expressar mensagens.

As primeiras danças surgiram em rituais de misticismo em que a movimentação ritmada do corpo e com o acompanhamento de instrumentos ajudavam a alcançar o estado de transe era procurado.

Sócrates (filósofo grego) afirmou que a dança pode formar um cidadão inteiramente, uma vez que nos encaminha para as proporções correctas ao corpo, é uma fonte de saúde e é vista como uma óptima maneira de reflexão estética e filosófica.

Na Antiguidade acreditava-se que se devia separar o corpo do espírito e que o equilíbrio entre ambos representava o caminho para o conhecimento e sabedoria.

Na primeira parte da Idade Média, a dança foi considerada pagã pelo clero. Perdeu força no século IV e foi banida no século XII. Apenas no Renascimento, séc. XIV, nas cortes europeias voltou a surgir, possuindo um significado filosófico pois acreditava-se que a harmonia do movimento na dança reflectia a harmonia da natureza e do universo.

Aliás, pensa-se que o abraço lateral venha do facto de que, na época, os soldados carregavam a espada no lado esquerdo.

Na segunda parte da Idade Média surgiram os mestres de danças, que acompanhavam os nobres e, muitas vezes, tinham cargos de confiança.

Aos poucos, foram considerados instrutores de boas maneiras e a dança passou a fazer parte da educação dos cavalheiros. Sendo assim, a dança tornou-se um privilégio do sexo masculino.

Mas, com a participação das mulheres vieram as danças lúdicas, que eram expressas em festas e comemorações. Assim, a dança começou a fazer parte dos encontros da nobreza em grandes salões, dando origem à dança de salão.

(Genericamente conhecida como dança social, a dança de salão é caracterizada pelo agrupamento em pares com papel masculino e feminino bem definido. O termo “de salão” veio pela necessidade de salas grandes, os salões, para que fosse possível realizar as evoluções das danças.)

A dança de salão apareceu pela primeira vez nas cortes italianas e depressa chegou até a França e a Inglaterra. Como uma prática de excelência e uma actividade de prestígio, foi estabelecida como parte da aristocracia da época, que a diferenciava das classes mais pobres, praticantes somente das danças folclóricas.

Os ritmos mais dançados eram os estilos mais clássicos e elegantes, como a dança medieval básica, com passos pequenos e deslizantes. Nos séculos XV e XVI surgiram os ritmos mais rápidos: base dance (1350-1550) e o pavane (1450-1650), seguidas pela contradance.

No sec. XVIII os bailarinos tocam-se de maneira mais íntima ao dançar, pela primeira vez. Este contacto físico, necessário ao dançar, escandalizou muita gente.

A popularização das danças sociais começou em 1820 através do Minueto, E, ainda no início do séc. XIX ocorreram rápidas transformações: surge a Valsa seguida pela a polka e, já no séc. XX, o two-step, one-step, fox-trot e tango.

Profissionais ingleses percorreram vários países realizando a síntese de cada ritmo, definindo a forma de cada dança. Seguidamente, criaram as primeiras competições, com grandes presenças de pares americanos, canadenses, alemães, franceses, escandinavos e japoneses.

Assim, surgindo as definiçoes de cada dança, surgindo as competiçoes, "[...] surge o profissionalismo [...] até então, a dança era uma expressão livre; a partir deste momento, toma-se consciência das possibilidades de expressão estética do corpo humano e da utilidade das regras para explorá-los. Além disso, o profissionalismo caminha, sem dúvida, no sentido de uma elevação do nível técnico." (BOUCIER, 1987)

Ainda no século XX, a dança de salão foi levada a outras partes do mundo como mero entretenimento pelos colonizadores, originando assim as muitas variedades quando eram adaptadas às danças populares locais. Por isso, a dança de salão pode ser vista como uma fonte de preservação de características culturais populares.

A origem de cada dança, a postura, a forma de locomoção e a utilização de espaço são características específicas e passaram a definir a divisão da dança de salão entre danças clássicas (Valsa Vienense, Valsa Inglesa, Slow Fox, Quickstep e Tango), latinas (Samba, Cha cha cha, Rumba, Paso-Doble e Jive) e sociais (Salsa, Merengue).

Cada uma de nós ficou com 4 das danças de salão para pesquisar e trabalhar (Inês - samba, tango, passo double, jive; Joana - quickstep, salsa, chachacha, polka; Maria - valsa, merengue, rumba, foxtrot.

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“Eu não queria tocar piano, Queria dançar piano”